Marraquexe é a cidade perfeita para explorar todos os nossos sentidos. Visitei Marraquexe com amigos em outubro do ano passado. Neste post, venho trazer-vos o nosso roteiro com os melhores locais a visitar e as experiências a não perder na cidade vermelha – nome dado porque todos os edifícios são vermelhos.
É uma cidade especial e que permite viver experiências memoráveis. Marraquexe está dividida em dois: a cidade “velha”, chamada de Medina que está edificada entre muralhas e onde se vive toda a agitação e azáfama típica marroquina e a cidade nova, onde estão os hotéis, restaurantes, lojas de luxo e as discotecas, locais frequentemente visitados por celebridades.
A viagem durou cinco dias no total. No entanto, o primeiro e o último dia foram passados em viagens de avião pelo que optei por não os incluir neste roteiro.
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Roteiro de 3 dias em Marraquexe
Dia 1
Os locais que planeamos visitar no primeiro dia de viagem eram relativamente próximos e por isso optamos por andar sempre a pé. Começamos o dia com uma ida aos tão famosos souks, mercados que estão concentrados na zona central da Medina. São ruas e ruas com opções sem fim e nas quais é certo nos perdermos. Bolsas, tapetes, calçado, jóias, perfumes naturais, chás, lembranças, … Nestes mercados há uma mistura de cores, padrões, texturas, cheiros e sabores. Há tanta coisa para ver que quando nos apercebemos, a manhã já tinha passado.
A seguir ao almoço, a tarde começou com uma visita ao Palais El Badi. No caminho até ao palácio, aproveitamos para ver e explorar as ruas da Medina. O Palais El Badi, apesar de estar em ruínas, é muito imponente. Tem pátios enormes que impressionam e é possível subir a uma torre onde se tem uma vista maravilhosa para a cidade. Numa das salas do palácio, podemos ver um vídeo que nos conta a história deste e nos mostra como ele era antes da sua destruição.
Uma curiosidade: este palácio foi construído para comemorar a vitória dos marroquinos contra os portugueses na batalha de Alcácer Quibir.
Depois desta visita, voltamos às ruas da Medina em direção à Mesquita Koutoubia. É a mesquita central da cidade e está rodeada de lindos jardins. Como na maioria das mesquitas em Marraquexe, quem não é Muçulmano não pode entrar e só é possível visitar o exterior.
Entretanto, regressamos à riad pela praça central da cidade – Jemma El Fna. Durante o dia, esta praça é relativamente calma e não se passa muita coisa mas à noite transforma-se por completo… Bancas de comida, mulheres a ler a sina, homens a fazer espetáculos com macacos e cobras, grupos de música, jogos improvisados, mulheres a fazer tatuagens, grupos a dançar… Nesta praça, tudo se transforma em arte e em algo que pode ser vendido. Ficamos na praça a viver tudo o que estava a acontecer e, ao início da noite, regressamos à riad para jantar e descansar.
Dia 2
O segundo dia começou com uma viagem de autocarro até aos Jardins Majorelle. Há vários autocarros desde a praça Jemna El Fna para os jardins (L4, L11, L15). O valor do bilhete é baixo, rondando os 2.00 € por viagem. Quando chegamos ao jardim, havia alguma fila mas, mesmo assim, conseguimos entrar relativamente rápido. Aconselho a visita durante a manhã uma vez que, durante a tarde, os jardins têm muitos visitantes e torna-se um pouco difícil visitar. Ninguém gosta de visitar um lugar cheio de gente, certo? Os Jardins Majorelle são lindos. Destaco a variedade enorme de plantas e a mistura de cores incríveis. Para além dos jardins, neste espaço existe também uma loja, um café e o Museu Berbere onde estão expostas obras de Yves Saint Laurent e de Pierre Bergé, bem como peças etnográficas do povo berbere.
Voltamos à cidade e não resistimos em passar pelos souks novamente. Não estivemos lá muito tempo porque queríamos descansar uns minutos pois vinha aí uma experiência incrível – visita ao deserto, passeio a camelo e jantar com espetáculo marroquino.
Não posso dizer que fui de facto ao deserto pois não era o deserto com areia fina e dunas, mas sim uma zona longe da cidade com muitos planaltos a “imitar” o deserto. Uma ida ao deserto implica passar a noite às portas do mesmo, ou seja, são dois dias de viagem. Como a nossa viagem durou apenas três dias, esta foi a melhor opção para ficar com um cheirinho do que é o deserto.
Para esta experiência, compramos uma excursão na riad. Chegamos um pouco cedo ao local combinado e o guia ofereceu-nos um passeio de jipe pelo deserto e foi absolutamente incrível. Voltamos para o local onde iríamos “embarcar” no camelo e, após uma breve explicação, começamos o nosso passeio. Inicialmente, estranhei um pouco e tive algum medo mas facilmente me habituei e adorei. Este foi, sem dúvida, o ponto alto da viagem e faltam-me as palavras para o descrever… A mistura do silêncio do deserto com o pôr do sol foi incrível. Após o passeio de camelo, tivemos direito a um jantar típico e a um espetáculo de dança bem ao estilo marroquino.
Dia 3
O Palais de la Bahia foi o local escolhido para começar o quarto dia da viagem. É um edifício cheio de azulejos coloridos e com padrões incríveis. Ainda tem muitas paredes e muito chão com os azulejos originais que encantam qualquer pessoa. Algumas zonas do palácio estão um pouco destruídas mas já se vêem algumas obras de restauração.
Depois de visitar o palácio, passamos pela Fonte Chouf no caminho para a Medersa Ben Youssef, uma escola local. Fomos almoçar e, ao início da tarde, visitamos um jardim que está bem no meio de Medina – Le Jardin Secret. O nome não podia estar mais bem escolhido pois este jardim foi edificado bem no meio da Medina de forma genial e quem passa por fora não percebe o que está lá dentro.
Após esta visita, seguimos mais uma vez para as souks para fazer mais umas comprinhas. Entretanto, fomos para a praça Jemna El Fna e subimos ao Le Grand Balcon du Cafe Glacier para ver o pôr do sol. O café estava completamente cheio mas as pessoas vão entrando e saindo e rapidamente conseguimos um lugar na esplanada. A vista lá de cima é linda… O pôr do sol entre a torre da Mesquita Koutubia e o jardim que a cerca, o reboliço das pessoas a montar as suas bancas na praça, há uma quantidade de coisas a acontecer ao mesmo tempo. O sol pôs-se e descemos para a praça para jantar e viver o que estava a acontecer. Algumas horas depois, voltamos para a riad.
Regressei com a mala cheia de memórias de uma cidade que marca pela sua singularidade. As vendas correm no sangue dos marroquinos e todos eles sabem falar português, nem que seja apenas “Cristiano Ronaldo”. Senti todos os cheiros, texturas e cores! Vivi uma diferença cultural enorme que se revelou muito positiva! Apesar das diferenças, os marroquinos demonstram uma aceitação de quem sabe receber os turistas mesmo não sendo igual a eles.
Só uma dica: não tirem fotografias aos marroquinos sem autorização, eles odeiam!!
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